GEOTERMIA PERMITE POUPANÇAS ACIMA DE 50% NA CLIMATIZAÇÃO, COM INVESTIMENTOS AMORTIZADOS EM 5 ANOS

Portugal encontra-se na vanguarda da investigação desta tecnologia, tratando-se dum sistema de climatização com recurso a Bombas de Calor Geotérmicas, consumindo muito menos energia que os equipamentos de ar condicionado convencionais, com investimentos amortizáveis em cerca de 5 anos.

Trata-se de um sistema já muito usado nos países nórdicos, existindo atualmente um estudo de viabilidade em 8 cidades europeias do sul da Europa, incluindo Portugal, mais concretamente Coimbra.

A experiência faz parte do projeto europeu GroundMed que, em conjunto com uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra, avaliou o impacto desta tecnologia em regiões junto ao Mediterrâneo.

Assim, no inverno o objetivo passa por ir buscar calor ao subsolo (estando este a 16ºC), no verão, faz-se o oposto, vai procurar-se frio ao subsolo, pois o solo mantém a temperatura de 16ºC.



Na instalação-piloto de Coimbra, os vários estudos já efetuados demonstram que a bomba geotérmica permite reduzir os consumos de eletricidade, em mais de 50% face às alternativas tradicionais: “Nos vulgares aquecimentos a óleo, uma unidade de eletricidade produz uma de calor. Nesta, com uma unidade de eletricidade temos seis de calor”.

Os estudos efetuados na instalação-piloto do edifício da Administração da Região Hidrográfica do Centro, demonstraram que no verão, os equipamentos de ar condicionado instalados consumiram, em média, 62 kWh/dia. Com a tecnologia da bomba geotérmica, o consumo reduziu para cerca de 28 kWh diários.

“As bombas de calor geotérmicas como não dependem da temperatura exterior (isto nas bombas de calor tradicionais), mas sim da temperatura do subsolo (7 furos a 150 metros de profundidade no caso da instalação piloto em Coimbra) “, mantêm-se muito estáveis ao longo do ano, sendo “possível garantir o mesmo conforto, utilizando menos energia elétrica, reduzindo a fatura e as emissões de CO2”.

A próxima fase do projeto, financiado em 4,3 milhões de euros, passa pela incorporação de um tanque cilíndrico revestido com material de mudança de fase (PCM – Phase Change Material), encapsulado, para armazenar energia térmica – calor no caso da instalação em Coimbra e frio na instalação em Septèmes-les-Vallons, em França.

Os cientistas acreditam que a implementação das bombas em grandes edifícios, como os hospitais, onde há elevados gastos energéticos, trará grandes vantagens.

De uma forma simplificada podemos dizer que, para a integração deste sistema na climatização dos edifícios é necessário ter em conta que os valores de produção térmica devem estar o mais perto possível da temperatura desejada para o ar interior, pelo que as superfícies de permuta devem ser grandes, daí que as opções na escolha das unidades terminais, apontem para a utilização de superfícies radiantes e ventiloconvectores, ou unidades de tratamento de ar. Para a captação de energia geotérmica podem ser utilizadas serpentinas, quer sejam dispostas na horizontal, quer na vertical, enterradas ou em contacto com grandes massas de água ou ainda recorrendo aos aquíferos. No caso de serpentinas enterradas e dispostas na horizontal estão mais sujeitas às flutuações da temperatura do ar exterior, sendo por isso utilizadas em aplicações de baixa potência. As serpentinas verticais fazem-se com furos que vão até aos 150 metros e distanciados entre si, pelo que não estão sujeitas às variações da temperatura do ar exterior.

Tipos de captação:



Como forma de fazer progredir o conhecimento em Portugal na área da geotermia, através de bombas de calor e promover a sua correta divulgação e utilização, foi criada a Plataforma Portuguesa de Geotermia Superficial (PPGS) por quatro entidades nacionais: a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Associação Portuguesa de Geólogos (APG) e a Agência para a Energia (ADENE).

Fontes:

http://www.edificioseenergia.pt/pt/a-revista/artigo/estudos-2
http://www.adene.pt/iniciativa/plataforma-portuguesa-de-geotermia-superficial
http://boasnoticias.pt/mobile/noticias.php?id=18080
http://greensavers.sapo.pt/2014/01/30/universidade-de-coimbra-investiga-utilizacao-de-bombas-geotermicas-em-paises-mediterranicos-com-video/
http://www.chama.com.pt/energia/downloads/brochura_geotermia.pdf
http://www.oestecim.pt/_uploads/SeminarioCaldasRainhaOut07LuisCoelhoFinal.pdf