
Alvenaria Estrutural
A Alvenaria Estrutural consiste num sistema construtivo em que as paredes do edifício desempenham a função estrutural. Estas podem ser de alvenaria, tijolos ou pedras, devendo ser construídas de forma a que sejam autoportantes. A rapidez de construção, a diminuição do uso de madeira, aço e betão, a redução de custos e uma boa resistência ao fogo são algumas das vantagens desta tecnologia.
Este sistema construtivo induz ainda a uma racionalização do projeto e de diversas atividades, como por exemplo, as instalações elétricas e hidráulicas. Além disso, a alvenaria tem uma elevada resistência à compressão e tem uma componente esteticamente atrativa quando deixada sem revestimento.

Ao contrário do sistema de pilares e vigas, atualmente muito utilizado, na alvenaria estrutural são as paredes que irão distribuir as cargas até à fundação e, posteriormente, ao solo. Para tal, é necessário definir uma geometria, que permita resistir ao peso próprio da estrutura, às cargas de ocupação verticais, e às cargas laterais, como a ação do vento. Não menos importante é também o correto dimensionamento dos vãos e espaços e da adequada localização das aberturas.
As camadas de alvenaria empilhadas podem ou não ser conectadas por um ligante (argamassa) que afeta fortemente as propriedades mecânicas da parede. Tais argamassas podem ser de cal, cimento ou adesivos sintéticos.
A alvenaria estrutural pode ainda ser de 2 tipos: não-armada ou armada. O primeiro tipo é o mais simples, em que as paredes são constituídas apenas por blocos e argamassa; o segundo tipo é reforçado por armaduras de fios, barras ou telas de aço, dimensionadas para resistir aos esforços atuantes. As armaduras utilizadas são colocadas nas cavidades dos blocos e, posteriormente, preenchidas com grout (um tipo de argamassa de alta resistência, com alta fluidez).

Desde a década de 1940, que os blocos de alvenaria estrutural começaram a ser fabricados industrialmente. Atualmente, através da evolução tecnológica, foram criados blocos fortes, mas ao mesmo tempo leves, que se tornam simples de construir e altamente resistentes. Assim, temos blocos de cerâmica, betão, solo-cimento ou sílico-calcários. Todos eles possuem formas que os tornam resistentes aos esforços de compressão, sendo perfurados para a passagem das armaduras, betão e das infraestruturas necessárias.
Diferentes tipos de blocos cumprem diferentes funções. Apesar de, no geral, existirem algumas variações, temos os blocos estruturais comuns (1 e 2) e os blocos tipo calha (3), que podem receber armaduras horizontais e betão para acomodar os vãos (sobre portas e janelas). Existem ainda alguns blocos que permitem um encaixe das lajes, muitas vezes chamados de canaletas “J” (4), em que a laje é apoiada sobre uma das extremidades, proporcionando o travamento estrutural e um bom acabamento.
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Evidentemente, as paredes estruturais não podem ser removidas sem a sua substituição por outro elemento de equivalente função, o que pode ser considerado uma desvantagem, por reduzir a flexibilidade da edificação e pela impossibilidade de modificar radicalmente a disposição arquitetónica original. Outra desvantagem é que os edifícios de alvenaria estrutural podem não ser os mais indicados em regiões de sismos frequentes.
A alvenaria estrutural é um sistema construtivo extremamente antigo, mas que através da evolução tecnológica, pode ser muito desejável para as cidades do futuro. Hoje em dia existem edifícios de alvenaria estrutural armada com até 28 andares.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/951602/vantagens-e-desvantagens-do-uso-da-alvenaria-estrutural